Uma nova geração está remodelando o corpo sem passar pela mesa de cirurgia. A busca pelo corpo magro voltou com força total — mas, desta vez, impulsionada pela ciência e pelas redes sociais. Medicamentos injetáveis como o Mounjaro se tornaram os queridinhos de influenciadoras, celebridades e anônimos em busca de resultados rápidos. Tamanha popularidade já rendeu ao remédio o apelido de “novo silicone”: uma transformação estética veloz, mas que pode trazer riscos sérios à saúde.
Para a cardiologista metabólica Dra. Priscila Sobral, especialista em longevidade, o alerta é claro: o Mounjaro pode ser um aliado poderoso no tratamento da obesidade e na melhora da saúde metabólica, mas o uso sem orientação médica tem se tornado cada vez mais comum — e perigoso.
“O Mounjaro não é milagre, é ciência. E, como todo medicamento, tem riscos quando usado de maneira irresponsável. Infelizmente, estamos vendo muitas pessoas usando por conta própria, sem avaliação prévia, e chegando ao consultório já com efeitos colaterais como fraqueza extrema, náuseas persistentes, constipação, desregulação hormonal e até perda de massa muscular”, afirma a médica.
A caneta sozinha não resolve
Além dos efeitos colaterais físicos, Dra. Priscila chama atenção para um ponto frequentemente negligenciado: a reeducação alimentar.
“A caneta sozinha não reeduca ninguém. O que realmente transforma o metabolismo é a mudança consistente de hábitos.”, explica.
Corpo remodelado sem bisturi
A médica observa que estamos vivendo um fenômeno: o “corpo remodelado sem bisturi”, onde o emagrecimento com uso de medicamentos tem substituído, para muitos, procedimentos cirúrgicos como a lipoaspiração.
Apesar dos avanços científicos, Dra. Priscila reforça a importância de se olhar para o corpo e a saúde de forma integrada e responsável.
“Estamos lidando com substâncias potentes, que alteram o funcionamento do organismo. Não é estética por estética. É preciso avaliar o histórico clínico, o perfil metabólico e, principalmente, acompanhar o paciente de perto para garantir que os efeitos sejam positivos — e sustentáveis.”

















































