O Complexo Lagunar que liga Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio dos Bandeirantes vai receber um novo sistema de transporte público: o Lagunar Marítima. A novidade terá cinco terminais, seis estações, oito linhas e integração com os demais modais municipais, com tarifa unificada de R$ 4,70. A previsão é atender 85 mil passageiros por dia, ajudando a reduzir o trânsito em vias como as avenidas das Américas e Ayrton Senna e oferecendo mais qualidade de vida e alternativas de mobilidade.
O projeto será viabilizado por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) conduzida pela Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar). O Consórcio Lagunar Marítimo venceu a licitação e assinou contrato no último dia 17, válido por 25 anos. O grupo se compromete a investir pelo menos R$ 101,6 milhões na implantação, operação e manutenção do sistema.
Segundo o prefeito Eduardo Paes, trata-se de uma concessão equilibrada e integrada ao Bilhete Único Carioca:
“Esse transporte promete transformar a realidade da região. Trabalhadores de Rio das Pedras, Gardênia, Muzema e arredores terão uma opção mais rápida e confortável para chegar aos condomínios e shoppings.”
O consórcio terá 30 dias para apresentar o cronograma e até 36 meses para construir os cinco terminais obrigatórios — Gardênia Azul, Jardim Oceânico/Metrô, Linha Amarela, Muzema e Rio das Pedras — além de seis estações/píeres: Arroio Pavuna, Barra Shopping, Bosque Marapendi, Parque Olímpico, Salvador Allende e Vila Militar.
As oito linhas iniciais serão:
Rio das Pedras x Linha Amarela (expressa)
Rio das Pedras x Jardim Oceânico (expressa)
Rio das Pedras x Barra Shopping (expressa)
Muzema x Jardim Oceânico (expressa)
Linha Amarela x Muzema x Metrô
Bosque Marapendi x Jardim Oceânico (expressa)
Circular Lagoa de Jacarepaguá
Gardênia x Jardim Oceânico (expressa)
As obras devem começar no primeiro semestre de 2027, após as etapas de planejamento, projetos e licenciamento. O consórcio poderá ainda propor novas linhas e estações adicionais.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima, destacou: “É uma alternativa essencial, principalmente para trabalhadores que acessam essa região. Com tarifa integrada, barcos padronizados e segurança, o Lagunar Marítima amplia as opções de mobilidade.”
Embarcações
A frota deverá ter barcos para 42 a 120 passageiros, com idade máxima de cinco anos no início da operação. Os veículos precisarão de:
cabine fechada contra chuva e vento;
assentos estofados;
acessibilidade;
iluminação noturna;
equipamentos de segurança (alarme, combate a incêndio, navegação por instrumentos).
Além disso, haverá uma frota reserva de 10% da operante, e todos os barcos terão identidade visual padronizada.
Obras de saneamento e despoluição
Paralelamente, a Iguá Saneamento deverá investir R$ 250 milhões até agosto de 2026 em dragagem, desassoreamento e despoluição do complexo lagunar. O projeto já foi licenciado pelo Inea e aprovado em 2023.
Atividade dos barqueiros locais
O novo sistema não substituirá os barqueiros que atuam há décadas na região. Eles continuarão operando em rotas próprias, principalmente no transporte de moradores das ilhas da Gigoia, Primeira e vizinhas, sem concorrer com o sistema municipal.
